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Tudo passa…
"Apesar de não ser tarefa fácil, podemos ver cada perda como uma aprendizagem. E por muito estranho que possa parecer, cada perda pode ter um lado bom, pois conseguimos ter outra visão e descobrir novas oportunidades."

4/07/2018
Autor: Clara Costa

 

A um dado momento das nossas vidas, parece que tudo o que é indesejável nos acontece: casamento fracassado, doença grave, morte de um ente querido, perda do emprego, da casa, falência financeira, conflito com filhos, e um sem fim de calamidades... Parece que, de repente, ficamos num beco sem saída. Numa autêntica encruzilhada. Parece que mais nada de mau pode acontecer. Que tudo está tão mau, que pior não pode ficar. Tudo está perdido… 
 
Ora, todas as grandes perdas causam, inevitavelmente, grande sofrimento. No entanto, todos nós somos dotados de ferramentas que nos permitem superar a dor dessas perdas, caso contrário, seria humanamente impossível sobrevivermos ao sofrimento. Efetivamente, o ser humano é tão versátil e flexível, que no meio de tantas adversidades e tragédias, consegue voltar a bem viver. Daí a importância de fazermos o luto por todas as nossas perdas, sejam elas quais forem. Fazer o luto implica um período mais, ou menos longo, de dor e reorganização interior, que acreditamos, um dia vai passar (certamente, excluindo os pais que perdem seus filhos, uma vez que é uma dor para a vida. Uma dor que uns conseguem integrar nas suas vidas e outros não).
 
Quando sofremos perdas, e principalmente, quando essas perdas são múltiplas e sucessivas, a tendência é termos pena de nós mesmos, acusarmos os outros, acharmos que não merecemos tanta desgraça e que não vamos conseguir ultrapassar. A verdade é que por vezes as perdas são tantas e tão avassaladoras, que se torna bastante difícil vir à superfície. Mas é um processo. Se aceitarmos que não podemos mudar aquilo que nos aconteceu, podemos nos concentrar em arranjar soluções de forma a não permanecermos no passado e nos porquês. Apenas aconteceu. Então porque não acreditarmos que um dia tudo vai passar? Se perseverarmos e acreditarmos que tudo se resolve, tudo na vida tem solução (e aquilo que não tem solução, solucionado está), é sem dúvida meio caminho andado para a superação. Tudo um dia passa. A própria passagem do tempo, permite-nos criar um distanciamento emocional, e como tal, leva-nos a ver as coisas sob outro prisma. Muitas vezes, aquilo que era um grande problema numa dada altura, perde a intensidade, e olhamos para esse mesmo grande problema com outros olhos.
 
Apesar de não ser tarefa fácil, podemos ver cada perda como uma aprendizagem. E por muito estranho que possa parecer, cada perda pode ter um lado bom, pois conseguimos ter outra visão e descobrir novas oportunidades. Ver coisas que nunca tínhamos visto. Sentir coisas que nunca tínhamos sentido. Se não permitirmos que o sofrimento nos torne pessoas amargas e frustradas, conseguimos, eventualmente, nos tornar pessoas mais sábias. Mais sábias, porque usámos as tais ferramentas e tivemos a capacidade de acreditar que um dia iriamos superar todos os desgostos e que todo o sofrimento iria passar.
 
E o sofrimento um dia vai passar, sim. Haverá vitória maior, do que aquela que surge, depois de atravessarmos um longo deserto? Quando encontramos finalmente paz e tranquilidade, mesmo no meio de muitas lágrimas e desespero? Mas essa paz, essa tranquilidade não surgem do nada. Não é sem esforço. Acreditar que é possível ser feliz, independentemente das condições externas, não deixa de ser uma habilidade interior e uma escolha. Não nos deixarmos vencer pela tristeza também é uma escolha. É fundamental não desistirmos e acreditarmos que há uma força dentro de nós. Porque um dia, quando olharmos para trás, vamos perceber que de uma forma ou de outra, tudo se resolveu… e tudo passou…
 
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