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Mamãs de Algodão Doce
“Para mim, não havia outro final de história: estava grávida e por isso ia ter um filho. Ninguém me disse que esta história nem sempre acaba assim!”

17/05/2017
Autor: Cristina Felizardo - Conselheira do Luto® / CEO do projecto Cfeliz

 

Para mim, não havia outro final de história: estava grávida e por isso ia ter um filho. Ninguém me disse que esta história nem sempre acaba assim!
Catarina
 
Quem não se lembra das histórias de embalar que nos eram contadas pelas nossas mães, tias ou avós no leito da cama? Histórias essas que nos eram contadas para adormecermos seguras e confortadas com a ideia de que vivíamos num mundo onde todos os sonhos se realizavam: o mundo de algodão doce. Entre castelos, princesas, príncipes, bruxas e fadas, o desfecho era sempre o mesmo: e viveram felizes para sempre!
 
Hoje, antes meninas e agora mulheres, de inocência perdida, recordamos com ternura as histórias de encantar, que nos embalavam em segurança, mas sabemos que o mundo é outro. Aprendemos isso da maneira mais difícil: vivendo nele, construindo afetos e perdendo laços; reconstruindo afetos, sabendo que podemos voltar a perder laços. 
 
E a um dado momento aquela vozinha pequenina que chama bem lá de dentro, alerta para a possibilidade de conhecermos o amor maior: o amor por um filho. E lá vamos nós, percorrer os meandros da maternidade, munidas de sonhos e evocando as histórias das princesas, contadas no porto mais seguro de todos, o regaço da mãe, que nos segredava ao ouvido: “…e viveram felizes para sempre!” Confiantes nesta promessa, seguimos, tropeçamos, magoamo-nos, choramos, limpamos as lágrimas e voltamos a erguer, pois afinal foi-nos prometido a felicidade eterna. Ao longo do caminho, tornamo-nos sábias e pagamos com a inocência. O felizes para sempre não nos é dado, é conquistado.
 
Conhecemos o amor maior e algumas conhecem a dor maior. O mundo muda, já não é mais de algodão doce. Ou foi o nosso olhar que mudou? Não importa, as cores que salpicam este novo mundo saem do degradé dos rosas e aumentam o seu leque para outras cores. Tudo fica mais nítido.
 
E pela primeira vez, ao recordarmos aquelas histórias de encantar, olhamos para a nossa mãe. Também ela percorreu aqueles caminhos e conheceu este novo mundo… com cores da alegria e cores da tristeza, e mesmo assim, nos prometia: “vais viver feliz para sempre!” 
 
Ela sabia.  Hoje, também nós sabemos.
 
Amor de mãe é para sempre.
 
 
 
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