Notícias

Quando nasce um filho o mundo dos seus pais cresce, fica mais brilhante. 

 

Quando é diagnosticada alguma deficiência ou limitação a esse filho, esse mundo desaba. Os sonhos, os planos tão intimamente desenhados, as esperanças e as expetativas depositadas naquela criança são forçosamente postas de lado. Sentimentos de raiva, frustração e desespero surgem em turbilhão. Inseguranças e fragilidades assolam o espírito. Questões teimam em cruzar o pensamento uma e outra vez, tal como um giro discos a tocar sempre a mesma música: “porquê a mim?”, “serei capaz de tomar conta desta criança?”, “mas onde está o meu filho sonhado?”, “será que o meu casamento vai aguentar?” Questões estas que, por não terem resposta, alimentam os pensamentos mais negros e as inseguranças mais agonizantes.

 

É iniciada uma caminhada solitária para aquele pai e aquela mãe, que apesar de serem um casal, apesar de ambos serem pais daquela criança, caminham de forma individual, pessoal, em contacto com os seus segredos mais íntimos, aprendendo a desconstruir as expetativas profundas que tinham para aquele seu filho.

 

Esta caminhada não tem prazos, nem metas! Não há alfândegas, nem postos de controlo! Apenas se faz vivendo e escolhendo os caminhos que vão surgindo, bifurcando, ramificando, obedecendo apenas a uma regra de ouro: depois de escolhido o caminho, não é possível voltar atrás!  Essa regra, inquebrável, é a chave para o amadurecimento!

 

Depois de iniciar a caminhada, esta pessoa não voltará a ser a mesma! Jamais poderá ser a mesma! As experiências que acumulou ao longo desta jornada, as aprendizagens que fez das mesmas, ensinou-a que todas as escolhas, todos os caminhos que optou, tiveram consequências boas e más! O crescimento foi possível a partir do momento em que abraçou estas consequências! Só neste momento se abriu a porta para a pacificação interior! Pai, mãe, homem, mulher… todos uma só pessoa!