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Mais de sete mil quilómetros separam Juliana da sua família, do seu lar. Há dois anos a morar em Lisboa, Juliana sofreu com um dos episódios mais tristes da sua vida um mês depois da sua vinda. 

 

Em 29 anos, Juliana nunca tinha passado um natal sem a avó. Quando decidiu vir para Lisboa, a avó foi o seu maior entrave. Juli, como carinhosamente lhe chamava, não queria deixar a mãe da sua mãe, mais ainda numa fase complicada.

 

Poucos meses antes da viagem, a avó de Juliana sofreu um aneurisma e ela ficou internada nos cuidados intensivos. Ainda assim nunca deixou de falar da viagem da neta e a incentivá-la a esta aventura. 

 

Juliana viajou para Portugal para alegria da avó, uma semana depois a avó morreu. Não pode viajar para o Brasil e despedir-se da sua mais que tudo. Agendou uma missa em sua memória e homenageou-a com os amigos.

 

Dias depois era Natal…

 

Já seria um Natal diferente, mas um Natal sem as fotos da família em casa da avó foi ainda pior. Não houve casa enfeitada, não houve comida típica, não houve “churrasco” e música brasileira.  

 

Os amigos de Juliana organizaram um Natal brasileiro em Portugal, ou pelo menos tentaram. 

 

Este ano,  a Juliana teve a oportunidade de passar o Natal com a família em casa. 

 

Este ano, não houve Natal em casa da avó, não houve os mesmo enfeites, e a família não se juntou toda. A reunião da família não foi a mesma, e a Juliana confessou que isso a deixou triste. 

 

Mas há uma mensagem que a Juliana quis transmitir: “Natal é recordar, e mesmo quando não temos os nossos por perto, o Natal são as recordações.”

 

O Natal da Juliana sempre será o Natal com a avó, e é esse Natal que ela quer voltar a recriar.