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567 suicidaram-se, 119 pediram ajuda
Dados da Organização Mundial da Saúde referem que uma pessoa suicida-se a cada 40 segundos em todo o mundo, sendo esta a segunda causa de morte entre os jovens dos 15 aos 29 anos

10/09/2015
Autor: Até Sempre

 

O suicídio está na ordem do dia e os números de 2015 são alarmantes. A 10 de setembro marca-se o Dia Mundial da Prevenção do Suicídio e é com este mote que saltam para a opinião pública os dados disponíveis até agosto.
 
Segundo os dados do registo da monitorização da mortalidade diária, de janeiro a agosto deste ano suicidaram-se 567 pessoas.
 
Mas estes números podem ainda ser superiores, já que não se contabilizam todas as mortes que ocorrem como consequência do suicídio. Contabilizam-se apenas as são declaradas aquando da confirmação do óbito.
 
 
Conferência em Beja para debater o problema
 
O Alentejo é concelho europeu com a maior taxa de suicídio e por essa razão Beja foi a cidade escolhida pela Eutimia – Aliança Europeia Contra a Depressão em Portugal para a realização a conferência “Prevenção do Suicídio: Responsabilidade Partilhada”.
 
O suicídio constitui um problema de saúde pública, e há especialistas que defendem que a intervenção terapêutica pode levar a uma redução de 50% de suicídios futuros.
 
Estudos recentes apontam para a facto de os municípios mais pobres e mais rurais serem aqueles onde existe maior risco de suicídio, que em Portugal subiu depois do início da crise, em 2009.
 
O estudo científico Suicídio em Portugal: determinantes espaciais num contexto de crise económica publicado na revista científica Health & Place no final de agosto, refere que os suicídios aumentarem no centro e no interior Norte de Portugal.
 
Évora também serviu de palco para um colóquio para assinalar o Dia Mundial da Prevenção do Suicídio, numa organização da Sociedade Portuguesa de Suicidologia em colaboração com a Direção Geral de Saúde e a Universidade de Évora.
 
 
Número para refletir
 
Segundo dados da linha SOS Voz Amiga, no primeiro semestre de 2015 foram realizados 1546 telefonemas a pedir ajuda, sendo que 119 estavam diretamente relacionados com o suicídio.
 
Em todo o ano de 2014, tinham sido 2126 telefonemas, desses 165 indicavam vontade de pôr fim à vida.
 
Olhando ainda para os números disponíveis, o Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses apontam para 1123 mortes por suicídio em 2013, tendo esse número reduzido para 1074 em 2014. 
 
Segundo a Sociedade Portuguesa de Suicidologia existem características que permitem identificar um cenário suicida:
 
1. Dor psicológica intolerável (por falta das necessidades psicológicas elementares)
2. Perda da auto-estima (com incapacidade para aguentar a dor psicológica)
3. Constrição da mente (menos horizontes e menos tarefas)
4. Isolamento (sensação de vazios e de falta de amparo)
5. Desesperança (sensação de nada valer a pena)
6. Egressão (fuga como única solução para acabar com a dor intolerável)
 
 
Perfil do suicida em Portugal 
 
Homem, a viver na Grande Lisboa, no Alentejo ou no Algarve, com mais de 50 anos, desempregado ou reformado, separado, divorciado ou viúvo, socialmente isolado, sem práticas religiosas, deprimido, por vezes com internamento psiquiátrico anterior, com múltiplos problemas afetivos, económicos ou de saúde física ou mental, incluindo alcoolismo e distúrbio da personalidade, com prévia ideação suicida ou mesmo tentativa de suicídio anterior acompanhada de avisos subtis ou explícitos, que põe termo à vida por enforcamento, arma de fogo, pesticidas, precipitação, afogamento ou trucidação.
     
(Fonte: SPS)     
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