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Antes de entrar na urna que o transportou para o Panteão Nacional, o corpo de Eusébio da Silva Ferreira foi sujeito a um tratamento de conservação, mais conhecido por tanatopraxia.
Foi no interior de um espaço no Cemitério do Lumiar, de porta verde de metal e paredes amareladas, conhecido como o “depósito dos ossos”, que decorreu o tratamento dado ao corpo do Pantera Negra.
“Nem imagina o cheiro que havia aqui no cemitério” confessa de pronto à reportagem do Até Sempre uma das pessoas que se deslocou ao local. “Fizeram tudo ali naquele edifício”, reforça.
As instalações foram improvisadas para o efeito e é devido a este facto que quem esteve no Cemitério do Lumiar, na passada quarta-feira, não se interrogou sobre os procedimentos tomados, mas sim sobre as condições em que os mesmos ocorreram.
Segundo conseguimos apurar o facto de ir para o Panteão Nacional obrigou a que o corpo de Eusébio tivesse de receber o tratamento adequado para as condições de decomposição deste local histórico. Ou seja, técnicos especializados utilizaram, de novo, produtos para que o corpo se preservasse no melhor estado possível. Desta forma, seria garantido que o processo de decomposição é o adequado para o local.
O Até Sempre falou com várias pessoas ligadas ao setor funerário sobre o assunto, tendo uma delas mostrado preocupação no que concerne às condições médico-sanitárias: “Como terá sido feita a preparação do cadáver, uma vez que o corpo encontrava-se num “anexo” no citado Cemitério, sem qualquer tipo de condições para a prática de tanatopraxia/embalsamamento”, e acrescenta que duvida que “a primeira urna de madeira seria madeira de “Pau-Santo”, alguém pagou gato por lebre.”
Fonte ligada ao processo explicou ao Até Sempre que já aquando da morte da antiga estrela do Benfica foi feito algum tipo de prevenção e ou tratamento afim de assegurar a conservação do cadáver, uma vez que já se sabia que poderia haver necessidade de trasladar o corpo para o Panteão antes de terminar o período legal de inumação (3 anos), conforme Decreto-lei nº411/98 de 30 de dezembro.
As dúvidas que persistem
(atualizado a 6 de julho)
O facto de não existirem declarações das partes diretamente envolvidas no processo de forma pública, motiva alarido à volta de todo o processo, e no local ninguém ficou indiferente ao assunto.
Ricardo Morais é tanatopractor há vários anos e também ele tem dúvidas sobre o que foi feito ao corpo de Eusébio na quarta-feira. “O tratamento de que se fala inclui a mudança do corpo de uma urna para a outra “ afirma, confirmando de pronto as informações que o Até sempre noticiou: “Quando o Eusébio morreu é que foi feita a conservação do corpo através da tanatopraxia nas instalações da agência.”