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Corpo de Eusébio foi retirado esta madrugada
A transladação é só dia 3 de julho, mas o corpo já foi levantado da campa na madrugada desta quarta-feira, envolto em secretismo.

1/07/2015
Autor: Joana Martins Gomes / Irene Palma

 

Eusébio da Silva Ferreira vai ter honras de Panteão Nacional no dia 3 de julho e está agendado para as 15:00 o início da transladação do corpo, mas o Até Sempre sabe que a antiga estrela da seleção nacional e do Benfica já não está no local onde foi sepultado.
 
O relógio marcava seis da manhã quando os coveiros do Cemitério do Lumiar pegaram ao serviço. Esta quarta-feira, excecionalmente, e com um motivo muito particular: a exumação do corpo de Eusébio.
 
Sob uma nuvem de secretismo, o processo foi efetuado à porta fechada para que ninguém se apercebesse. A ordem dada era para manter o sigilo e por isso foi muito restrito o número de pessoas envolvidas no processo.
 
O Até Sempre conseguiu apurar que os coveiros do Cemitério do Lumiar realizaram o processo sob observação da agência responsável pelo funeral. Soube ainda que ninguém da família esteve presente. 
 
Contactado pelo Até Sempre, o Cemitério do Lumiar recusou, na voz do responsável Benvindo Veiga fazer comentários, dizendo apenas que “não podia prestar qualquer declaração”.
 
Já a Divisão de Gestão Cemiterial da Câmara Municipal de Lisboa pouco adiantou. “A data de exumação do cadáver de Eusébio não é pública, sabe apenas a família e a agência funerária”, limitou-se a referir, recordando que a transladação começa a partir das 15:00 e o corpo sai das instalações às 15:15. 
 
O Até Sempre tentou contactar a família e a agência funerária encarregue do processo, mas nenhuma das partes envolvidas se mostrou disponível para falar. 
 
Corpo em edifício do Cemitério
 
A transladação de Eusébio gerou, desde o início, muitas dúvidas e as questões legais foram muito discutidas. Aliás esta transladação é no seu todo uma exceção!
 
Em situações habituais os restos mortais retirados aquando de uma exumação são colocados numa urna metálica, facto que não aconteceu. Eusébio foi transportado para uma sala improvisada nas instalações do próprio cemitério e os responsáveis pelo serviço fúnebre procederam ao tratamento do corpo. Não sendo um cadáver, á luz da lei da Câmara Municipal de Lisboa, com mais de cinco anos, o processo de mineralização ainda não se deu. Assim sendo, por uma questão de saúde pública, foi necessário ter todos os cuidados antes da ida para o Panteão Nacional. O que significa, sabe o Até Sempre, que o corpo de Eusébio foi colocado numa “urna de zinco soldada com respiradores” e posteriormente inserido dentro da urna que vai para o Panteão.
 
A urna permanece no Cemitério do Lumiar até à cerimónia de sexta-feira, já estando o local preparado para o efeito.
 
 
Campa intacta, policiamento no Cemitério
 
Tudo decorreu ao nascer do dia para que às 9:00 da manhã, quando o Cemitério do Lumiar abrisse as portas, não houvesse indício algum do que havia sido feito. O Até Sempre sabe que a campa foi “tratada” para que ficasse exatamente como estava antes de ser mexida. Aliás, está com flores e tudo, como comprovam as imagens a que tivemos acesso. 
 
Quem se deslocou ao local esta quarta-feira não se apercebia do que se passou manhã cedo.
 
Durante o dia a polícia esteve no local, quer por causa do corpo, quer pelas obras que estão a realizar-se nos acessos ao Cemitério, permanecendo um elemento da PSP nas instalações, assim como o segurança do espaço.
 
x Notificação de falecimentos
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