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“E tu, és Feliz?”

 

A pergunta apanhou-me de surpresa! Num impulso respondi - “sim!”, mas a resposta parecia-me não fazer jus à dimensão da pergunta. Pensava eu. Então parei, decidi fazer alguma pesquisa sobre o assunto, esse tal de ser Feliz. Pesquisei, pesquisei e de repente já estava na Grécia Antiga, em 306 ac, a ler a carta que Epicuro escreveu a Meneceu, onde lhe explicava que a felicidade era alcançada pela saúde do espírito. Aristóteles, o primeiro “cientista”, corrobora com dados empíricos recolhidos na sociedade da altura, que a Felicidade está na vida contemplativa e não material, defendendo que o individuo é mais feliz quando cuida da alma e da razão, e menos feliz quando se mantém subjugado aos desejos do corpo, efémeros e frustrantes. Depois, ao longo dos séculos, vários foram os autores (psicólogos, psiquiatras, filósofos) que se debruçaram sobre a questão da Felicidade. Entre teorias, dissertações e nalguns casos conspirações, todos parecem estar de acordo de que a felicidade depende de três componentes: emoções positivas, ausência de emoções negativas e satisfação com a vida, sendo que todos estes aspetos dependem de fatores da personalidade. 

 

Mas se é assim? Como encontramos a felicidade em momentos de perda e conflito? Em momentos que nos inundam de emoções negativas, como tristeza, sofrimento, agonia? Em momentos que nos roubam a paz interior, o nosso Equilíbrio Emocional? Como encontramos a felicidade em momentos de luto? 

 

É possível. Com a disponibilidade interior para superar a perda e com a ajuda especializada de serviços de Aconselhamento no Luto, é possível encontrar um novo Equilíbrio Emocional. Acredito que o Equilíbrio Emocional é o estado de bem-estar mental e espiritual, no qual a pessoa gere as suas emoções, de modo a se manter funcional física, mental e socialmente, mesmo em momentos desestabilizadores da harmonia interior, como são os momentos de luto e conflito. Espaços como o Cfeliz- Centro para o Equilíbrio Emocional, dão apoio a pessoas, famílias e comunidades em processos de luto e/ou conflito, para que recuperem a harmonia perdida. É na verdade um espaço seguro para superação de perdas emocionais profundas. É na essência, um espaço onde se reaprende a ser Feliz. Por isso, hoje, quando me perguntam – “És Feliz?”, respondo – “Sim, sou feliz! E tu?”